O restaurante, o plano, as férias, a cor, as horas...

Nunca tomas posição, não queres decidir. Foges de tudo o que te possa complicar a vida, suscitar críticas, criar conflitos.

Parece amabilidade mas é, na verdade, indiferença. Uma preguiça para tudo, que te impede de desfrutar a fundo das coisas boas.

Anda, mexe-te, arrisca! O prazer da tranquilidade vale muito pouco comparado com o da aventura!

Eras tu quem estava atento e presente, quem reparava no que faltava. Adivinhavas necessidades e inventavas surpresas. Custava-te menos o cansaço do que deixar alguém por cuidar.

Mas agora invertem-se os papéis: é necessário que te deixes cuidar. Com abandono, sem reclamações, sem ensinar. Sem veres humilhação na vulnerabilidade, como não vias quando eras o cuidador.

Não és um peso, és um tesouro. Sê dócil.

É sempre!

Não foste nada claro, mas ele é que não percebeu. Não atendeste mil vezes, mas ele é que te recusou uma chamada. Não te empenhaste, mas eles muito menos. Não aceitas críticas, mas ele é que tem a mania. Não estudaste, mas eles é que dão imenso trabalho.

Procuras sempre justificações, nunca responsabilidade.

Com um pouco mais de humildade podias, pelo menos, ser realista. Dava para ir corrigindo o que é, obviamente, culpa tua.

Sem certezas para o futuro, sem planos a funcionar, sem solução à vista para o que agora te pesa. Parece que Deus te pede tudo, toda a segurança, toda a confiança, todo o consolo. Porquê tu?

Sempre estiveste assim, desamparado. A diferença agora é que Deus deixou que o sentisses. Sem Ele não podes encontrar o equilíbrio, não há segurança. Não tens amparo.

Mas Deus chama por ti: desce depressa do teu refúgio, das tuas coisas. E sobe comigo à cruz.

É o teu ponto de apoio.

Serias capaz de o contar com sinceridade? As aplicações que usas, as pesquisas que fazes, todos os perfis que tens, o tipo de vídeos que vês, o que jogas, em que gastas dinheiro, o tempo exato que perdes.

Ou é uma versão oculta de ti próprio? O teu refúgio para fazer o que quiseres sem ser visto?

Com uma vida dupla não podes estar bem com Deus. Sem sinceridade não podes estar bem com os outros.

Não tens que apregoar ao mundo o que fazes na internet mas, a quem te ajuda, podes pedir conselhos. E ir cortando, uma a uma, as coisas que te envergonham, roubam tempo e sono, e afastam de Cristo.

Muito mais do que dizem os outros, muito mais do que achas, muito mais do que o mundo diz que podes alcançar.

Vales mesmo quando não és capaz do que todos são, quando ficas para trás, quando são patentes os teus erros. Vales mesmo quando és o último, quando estás sujo, quando estás só.

Foste querido por Deus e por Ele amado até à entrega completa na cruz. Isto é imutável e bem mais certo que as avaliações de quem tens ao lado. Deus acredita em ti e admira toda a tua beleza: tenta recordá-lo mais vezes.

Ainda que sejas líder e tenhas talento para isso, vais errar e fazer mal algumas coisas.

Não o escondas, não sejas teimoso, não inventes desculpas. Domina o orgulho, admite o erro e pede perdão.

Sim, perante a equipa e aqueles em quem mandas. Não terás qualquer autoridade se não vês na liderança um serviço.

Também se és pai, mãe, polícia, professor, padre, mestre, capitão... apóstolo!

É a única que fazes. Por isso, não sei bem o que procuras. É a companhia das outras pessoas? É a música que te agrada? É ser visto com ar devoto? É cumprir uma obrigação?

Às vezes a oração é difícil, árida e exigente. Se é Jesus quem procuras, também nessa perseverarás.

Agradece a Deus os tempos consoladores. E os outros também, esforçando-te por permanecer fiel aos Seus pés. Fala do que preferias esconder, ouve o que querias desconversar ou deixa-te estar, simplesmente, repetindo: amo-Te.

Mas nunca, nunca desistas de rezar.

Caíste. Deus ajudou-te a levantar e a ver como precisavas Dele. Respondeste, humilde, dizendo que não farias mais nada sem a Sua ajuda, que te sabias pequeno e incapaz de caminhar sozinho.

E que bom foi esse tempo de infância espiritual!

Mas a luta foi correndo bem e foste esquecendo a simplicidade. Voltou aquela sensação de que até eras capaz. Confiaste, orgulhoso, nos teus talentos e foste largando a mão de Deus. Caíste outra vez!

Volta a fazer-te pequeno. Mas, desta vez, não cresças.

Já viste a mensagem. Sem abrir a aplicação ninguém vê que viste. Se não respondes logo talvez fiquem com a ideia de que és muito ocupado. Ganhas tempo. Atrasas o esforço de ir consultar a agenda para poder responder. E tentas manter aquela ténue sensação de liberdade por não te comprometeres numa resposta.

Do lado de cá fica a dúvida: anda muito atarefado, talvez seja distraído, pode ter-se esquecido sem querer, está a tentar procurar buracos na agenda, perdeu o telemóvel, os jovens de hoje são assim...

Ou será que te estás a marimbar? Que desprezas quem ficou pendente da resposta?

É o que parece.

Que pena.

Não ligues ao que se diz aqui. Segue antes a Igreja!

E guarda este critério para outras ocasiões.

*

Entretanto, podes enviar-nos sugestões para novas publicações. São sempre interessantes, ainda que não publiquemos todas ou nem sempre como o sugeres. Obrigado.

Se não acredito que é o corpo de Cristo, se fiz um pecado mortal e não recebi a absolvição de um padre, se não fiz jejum uma hora antes de comungar, se só o faço porque me estão a ver, então, não comungo.

Não é um direito meu, nem é algo que faça só porque me apetece.

Preparar-me para acolher este doce privilégio parece-me mais próximo do amor à Eucaristia que sou chamado a ter.

E em princípio és fraquinho, com asneiras infantis e quedas grandes. Tens pouca resistência à tentação, cedes assim que custa, sofres pouco por Jesus.

Confia mais na Sua força, sabendo que também tu tens de escolher Deus. E essa escolha exige um esforço.

Por isso, deves evitar as situações que são uma tentação para ti, só porque o são. Não é nada de errado, os outros estão tranquilos, toda a gente o faz... mas tu cais. Então, sê prudente e não vás. Não é melhor isso do que trair o Senhor?

Amas Deus? Mostra lá.

Aqui, confortáveis, a perder tempo no Instagram, passa-nos ao lado o sofrimento de quem vive em guerra. O que nos chocou ao início, com o tempo torna-se indiferente.

Mas, para um cristão, não pode ser indiferente a dor de ninguém.

Que Jesus nos dê um desejo grande de paz, para nós e para os outros. E conceda ao mundo inteiro a paz que mais ninguém pode alcançar.

*

O Papa pediu que nos unissemos a rezar pela paz. Hoje rezando o terço, amanhã com um dia de jejum e oração.

Domina o relativismo, ganha a força. Perdemos certezas e terrenos de diálogo. O homem escondeu Deus e faz as Suas vezes: decide quem é, escolhe mandamentos, guia a humanidade.

Com um poder imenso de comunicação, disfarça-se a solidão, as famílias destruídas, o egoísmo, a confusão dos géneros, o vício da satisfação dos sentidos... a falta de esperança.

Há sítio para um cristão neste mundo?

Há! À frente, bem visível. A indicar o caminho de regresso a Deus, que todos –sim, todos!– anseiam redescobrir.

Não temas. Crê.

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