Crescemos à mesa.

Ali aprendemos a viver rodeados, a partilhar, repartindo o que nos é necessário. Aprendemos a generosidade deixando o bife maior, a temperança esperando pelos outros, a escuta quando todos querem falar, o serviço passando e pedindo a água, os modos falando ou comendo. Aprendemos a agradecer rezando com simplicidade, aprendemos a pobreza comendo o que nos dão.

Tão diferente das refeições solitárias, à porta do frigorífico, comendo por capricho o que um influencer aconselhou. Tão diferente dos jantares vidrados na televisão ou no que diz o telefone de cada um.

Hoje, quando os apelos à solidariedade facilmente se tornam vazios, devíamos recordar mais vezes o grito da mãe na nossa infância: para a mesa!